Chuvas: a prevenção é a melhor forma de evitar tragédias

Publicado em 18 Fevereiro de 2021
No início de 2020, moradores de vários municípios do Sul do Espírito Santo sofreram com as chuvas, em especial Iconha. Famílias ilhadas, vidas perdidas e incontáveis prejuízos materiais marcam essas ocasiões, difíceis de serem esquecidas.
Um ano depois, habitantes afetados ainda se recuperam dos prejuízos. Neste início de 2021, já temos visto alguns estados, inclusive o nosso, afetados pelas fortes chuvas. Mas como evitar que episódios como esses estejam associados a tantas tragédias?
A resposta para essa pergunta começa quando entendemos como uma enchente acontece. Vários fatores influenciam, e um dos que mais podem gerar impacto, além do volume das chuvas, é a ação humana. swiss replica watches
A falta de vegetação, principalmente em áreas íngremes como morros, potencializa a quantidade de água que vai para os rios. O solo exposto possibilita, ainda, o carreamento de terra para os leitos causando o assoreamento.
Para que as cidades consigam viver e retomar os seus investimentos sem o medo de outras catástrofes, é necessário avaliar a vulnerabilidade da sua população. Isso porque a chuva e os episódios de enchentes ocorrem periodicamente. No entanto, um ponto chave para o desastre é a ocupação desordenada.
O planejamento urbano – na verdade, a falta dele – é o principal problema, já que este orienta, ou deveria, quanto às áreas mais afetadas por esses eventos. Soma-se, ainda, a suscetibilidade das edificações, ou seja, se elas estão preparadas para receber eventos extremos.
Nas grandes cidades, a falta de saneamento e o descarte de resíduos feito de forma incorreta contribuem para que as enchentes aconteçam ou se agravem. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS) compilados pelo jornal O Globo, 2.572 pessoas morreram devido a inundações no País de 1996 a 2016.
Cada região possui suas necessidades específicas, levando em conta as condições geográficas e habitacionais. Obras de macrodrenagem, reflorestamento da bacia hidrográfica, planejamento urbano para coibir ocupação de áreas de risco, elaboração e execução de um Plano Municipal de Contingência para Desastre e Emergência são medidas que precisam ser adotadas pelo poder público, de acordo com a demanda e a urgência de cada região.
Evitar desastres oriundos de eventos naturais, ou pelo menos minimizar seus efeitos, é responsabilidade de todos. Missão que vai desde o descarte adequado do lixo doméstico até uma gestão de riscos eficiente. Diante de tais tragédias, não se pode apontar um único culpado e tampouco responsabilizar a natureza, que tem, por dom, papel fundamental à vida humana.
André Rocha é Engenheiro Ambiental e Especialista em Gestão de Riscos